A última Assembleia Municipal aprovou a Delimitação da Área de Reabilitação Urbana do Centro da Marinha Grande. Este é o primeiro passo para incentivar os proprietários a reabilitar os imóveis daquela zona da cidade. No entanto, os números mostram que a tarefa não será fácil. Afinal, dos 294 imóveis inventariados pelos técnicos da autarquia, num universo de 586, 129 encontram-se em estado de conservação “mau”, 85 em estado de conservação “péssimo” e 80 em “ruína”.

Neste levantamento realizado pelos serviços da Câmara “mau” é caracterizado por pinturas degradadas, rebocos danificados e janelas degradadas. São características do “péssimo” as coberturas em fibrocimento, coberturas danificadas que permitem infiltrações, problemas estruturais e janelas em muito mau estado. Para os serviços da autarquia, o estado de “ruína” caracteriza-se por coberturas em ruína, janelas emparedadas ou em ruína, paredes a caírem, cujo estado geral se encontra totalmente degradado. No documento da proposta de delimitação, pode ler-se que “o centro da Marinha Grande é hoje o exemplo vivo de uma área urbana degradada que paradoxalmente tem condições excelentes para se tornar um pólo dinâmico, atendendo à sua localização, às referências históricas que encerra e aos espaços públicos e edifícios que lhe dão carácter.

Apesar das potencialidades, actualmente a degradação de muitos dos imóveis localizados nesta área acabam por se encontrar devolutos por falta de condições de habitabilidade”. Para tentar travar a degradação e incentivar a recuperação dos edifícios, a Câmara propõe criar uma Área de Reabilitação Urbana (ARU) do centro da Marinha Grande, que tem como base a área do centro tradicional definido no Plano Diretor Municipal da Marinha Grande, de 1995. A zona em questão possui 56 hectares (560 mil metros quadrados), e conta com 586 edifícios entre públicos e privados.

Entre as medidas que estão a ser estudadas para incentivar a reabilitação, encontra-se a aplicação de uma taxa de IMI inflacionada para os edifícios degradados e a isenção de taxas para as obras de recuperação.

Tarefa difícil

Para Pedro Santos, arquiteto da Marinha Grande que trabalhou no projeto de reabilitação “Arrebita Porto”, a tarefa de reabilitar o centro tradicional da Marinha Grande é “enorme”. “Ninguém investe milhares de euros para não ter retorno e não há qualquer certeza de retorno no centro da Marinha Grande e por esta razão os proprietários dos edifícios degradados não investem na sua reabilitação”, afirma. Para o arquiteto, a Câmara tem, em primeiro lugar, que definir uma estratégia de ocupação de espaço e isso passa pela criação de um gabinete específico para o assunto.

 

Soluções do + Concelho para o centro tradicional da Marinha Grande

Soluções do MpM para o centro tradicional da Marinha Grande

Soluções do PCP para o centro tradicional da Marinha Grande

 

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