O marinhense Jorge Santos, coordenador do Gabinete Económico e Social da Região de Leiria (GES), moderou a conferência “Valorizar e Reforçar os Serviços de Saúde na Região de Leiria”, que teve como orador o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, e que decorreu  dia 24 de setembro, no Mosteiro da Batalha

 

“Há mais vida para além da pandemia” disse o presidente da Câmara Municipal da Batalha, Paulo Batista dos Santos, à chegada de António Sales, ao destacar os projetos piloto em Leiria e o trabalho dos autarcas. Na sua intervenção, Jorge Santos agradeceu o trabalho que António Sales tem desenvolvido no combate à pandemia. “Não podemos parar a economia. Temos que aprender a viver com a pandemia”, sublinhou o coordenador do GES.

António Sales destacou a conjugação de esforços criada pelo GES, que engloba a Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, o Instituto Politécnico de Leiria, e a Associação Empresarial da Região de Leiria. “Sou de Leiria, é bom poder cumprimentar e conhecer todos os presentes pelos nomes”, referiu.

“Esta região tem sido um exemplo no combate a este enorme desafio. Nenhum de nós podia saber que isto ia acontecer nas nossas vidas, mas veio demonstrar o que de melhor há em cada um de nós e na sociedade. O povo português tem sido exemplar. Somos um povo disciplinado e sério. É o nosso sucesso e segredo”, avançou o Secretário de Estado.

Antes da sessão de perguntas, Sales agradeceu “a todas as autoridades locais de saúde pelo enorme esforço que têm feito. Como seria de esperar, esta região, do ponto de vista de valores, de reconversão, ao nível empresarial e industrial foi extraordinária. Para mim não foi uma surpresa a sinergia que se consegue quando se juntam esforços. É sempre com muito orgulho que digo que sou de Leiria, porque Leiria tem sido um exemplo para o país”.

“Temos que atuar no tempo certo”

“Estamos numa fase de crescimento epidémico sustentado. Pode vir a corresponder a uma segunda onda. Isto só aumenta a consciência de que temos de nos proteger”. Elencando números nacionais, António Sales referiu também que “a doença tem mudado de perfil. Hoje 10 a 11% dos novos casos são pessoas acima dos 70 anos, e 54,4% entre os 25 e os 49 anos. Significa que estamos a proteger bem as faixas dos mais idosos, e por outro lado, os mais novos estão a ser menos conscientes”.

Segundo o médico leiriense, para o outono e inverno vai haver dois grandes desafios: o clínico, que é distinguir os sinais para as doenças, e o segundo é que nada pode ser igual ao que foi. “Temos que ter atividade assistencial programada, também com as outras doenças. Isto é também um plano comunicacional, que vai para além do outono e inverno. Temos que atuar no tempo certo.”

“Temos mais de dois milhões de testes feitos em Portugal. Fazemos 20 mil testes por dia e vamos chegar aos 24 mil por dia. O plano outono e Inverno é focado no sistema nacional de saúde”, referiu o Secretário de Estado Adjunto, acrescentando que o “SNS 24 é outra ferramenta com que fizemos uma aprendizagem extraordinária. Hoje atendeu mais de 13 mil chamadas e está preparado para atender mais de 22 mil por dia. Antes da era pré-covid, quando havia mais de sete mil chamadas, já era um enorme problema”, lembrou o responsável. “Ainda há muita incerteza, não sabemos a dimensão do que aí vem. Temos um plano que dá uma mensagem de confiança aos portugueses”.

Na sua intervenção, o governante frisou o reforço ao nível dos recursos humanos: “globalmente foi uma das nossas maiores vitórias. Temos hoje mais 5260 profissionais de saúde do que tínhamos antes da pandemia. Em âmbito de covid, contratámos mais de 1700 assistentes operacionais, e mais de 1500 enfermeiros”.

Debruçando-se sobre a temática da educação, o Secretário de Estado Adjunto lembrou que, “no início da pandemia, a medida mais acertada foi o fecho das escolas. Antecipámo-nos à maioria dos países da Europa. A decisão política antecipou-se à técnica, e bem. A reabertura das escolas com o novo ano escolar era necessária”, frisou.

“Trabalho conjunto” é o caminho

Jorge Santos, por sua vez, destacou o contributo relevante para o território e trabalho “notável e único” do ponto de vista nacional, de Isabel Damasceno pela estratégia regional, enquanto responsável da CCDR do Centro.

O coordenador do GES apontou como desafios para a região, “que os coordenadores continuem este trabalho. Que o país compreenda que Leiria pensou o seu território e lançou desafios. Que tenha voz junto do Governo em Lisboa. Sublinho o apoio da CIMRL e dos seus presidentes. É um trabalho que está a ser iniciado em conjunto, de uma forma articulada para podermos ir mais longe no desenvolvimento da região”.

Região cria Laboratório de diagnóstico avançado à COVID

Maria Guarino, coordenadora do “ciTechCare” – Centro de Inovação em Tecnologias e Cuidados de Saúde do Politécnico de Leiria, que abordou o tema “Redes Colaborativas da Área da Saúde”, falou sobre a criação de uma estrutura de diagnóstico avançado que sirva toda a região de Leiria.

“Os projetos de investigação académica têm que estar ao serviço da sociedade. Especialmente na área da saúde. Só colaborando é que vamos conseguir ser diferenciadores e uma das medidas é construir um laboratório de vigilância epidemiológica: o Advanced Laboratory Diagnostic Innovator de Leiria, ALADDIN”.

Segundo a responsável, trata-se de “uma aposta na medicina de intervenção personalizada, percebendo as modificações que o vírus sofre na região. Temos esta proposta a médio prazo”.

Auditório do Mosteiro recebe individualidades

Entre os presentes, a sessão teve como convidados o Delegado Regional de Saúde do Centro, João Pimentel, Isabel Damasceno, presidente da Comissão de Coordenação do Desenvolvimento Regional do Centro, e o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria e presidente da autarquia leiriense, Gonçalo Lopes. O presidente do Instituto Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa, e Elisabete Moita, diretora da Segurança Social de Leiria foram outros dos presentes. Da NERLEI veio o seu presidente, António Poças.