A “Identidade cultural da Marinha Grande, o que nos diferencia” foi o tema em debate no “XIV Ideias em Movimento” que decorreu em formato webinar na noite do passado dia 2 de novembro, numa organização da Associação Marinha em Movimento (AMM)

 

A iniciativa teve como oradoras Ana Saraiva, da Direção-Geral do Património Cultural, e Fernanda Oliveira, da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Politécnico de Leiria, ficando a moderação a cargo da arquiteta Ana Bonifácio.

Do conjunto de intervenções, foi comum o destaque, como referentes identitários da Marinha Grande, a Mata Nacional, o Vidro e a Arte Xávega, bem como a importância do património imaterial associado a estes referentes.

As oradoras realçaram a relevância de desenvolver uma estratégia consertada, do ponto vista cultural, daquilo que é prioritário e distintivo e que pode alavancar o concelho da Marinha Grande, definindo claramente os seus objetivos, com a criação de equipas multidisciplinares, identificando parceiros que possam ser uma mais-valia no desenvolvimento da estratégia que fortaleça a identidade cultural, identificando projetos e ações prioritárias, bem como um plano de investimento, sem esquecer a possibilidade de estabelecer parcerias territoriais a nível nacional e europeu.

Com o objetivo de criar uma dinâmica de alavancagem do património identitário da Marinha Grande, foram dadas algumas ideias, entre as quais, e no que concerne à Mata Nacional, a implementação do Museu Nacional da Floresta, criado no papel em 1999, e associado a este espaço dinamizar experiências que promovam a educação ambiental, aproveitando, por exemplo, a época de colheita do medronho e de cogumelos para a realização de workshops, bem como a realização de workshops de fotografia em parceria com fotógrafos profissionais e instituições de ensino superior, que promovam os valores naturais ao nível da avifauna e répteis, entre outros.

Transformar a mata num laboratório vivo, com atividades de silvicultura, conservação e inventariação de espécies; estabelecer parcerias, para estudantes finalistas de licenciatura e mestrados, de forma a contribuírem para inventariação de recursos e valores existentes; criar guias, sinalética turística, APP’s e roteiros temáticos; e uma agenda fixa regular com a organização de roteiros foram outras das sugestões apresentadas.

As oradoras abordaram também a questão do Comboio de Lata, sugerindo a criação de um simulador que permita às pessoas “viajar” pelos seus percursos, e falaram sobre a necessidade de se recuperar o património imóvel, nomeadamente as antigas casas dos guardas florestais.

No que respeita ao vidro, foi sugerido que o Museu tenha uma maior componente experimental para atrair mais visitantes, que seja recuperada a Rota do Vidro, e que esta inclua o vidro de embalagem e a indústria de moldes para o vidro, e que se ouçam as pessoas ligadas a esta área, aproveitando os seus conhecimentos.

Finalmente, quanto à Arte Xávega, foi referida a necessidade de valorizar a cultura Avieira, a criação de experiências com o litoral e em particular com a xávega e a dinamização de workshops “do Mar para o Prato”.

“Como conclusão destacaríamos a forma como ficou patente o enorme potencial, ao nível turístico, que tem o património identitário do concelho da Marinha Grande e que deve ser visto no seu conjunto e não em separado, estabelecendo relações intercomunicantes, em rede, estando presente a dimensão natural e a cultural”, realçou a AMM em nota de imprensa.