Uma Comissão da Assembleia Municipal da Marinha Grande reuniu recentemente com a administração da Valorlis a respeito do aterro sanitário e dos cheiros daí provenientes. O encontro decorreu após a aprovação, por unanimidade, da moção “Pelo rápido restabelecimento da qualidade do ar que se respira no Concelho da Marinha Grande”

 

Em nota enviada ao nosso jornal, o presidente da Assembleia Municipal da Marinha Grande recorda que o aterro sanitário da Valorlis, situado nos Parceiros e que recolhe os resíduos de 6 concelhos da região (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Ourém, Pombal e Porto de Mós), tinha uma duração prevista de 10 anos, após os quais deveria passar para outro concelho.

“Tal não aconteceu! E pelo que percebemos, não vai acontecer!”, refere Luís Guerra Marques, acrescentando que “segundo a Sra. Eng.ª Marta Guerreiro (que faz parte da administração) esse assunto não se encontra atualmente em cima da mesa!!!”. “Pena é, que no capital social da Valorlis, os Municípios apenas tenham uma participação só de 49%!”, prossegue o presidente da Assembleia Municipal, concluindo em seguida que, “isso faz com que nunca sejam voz ativa no processo!”.

Segundo o autarca, “por agora, parece-nos que os munícipes da Marinha Grande e alguns das Freguesias de Leiria, designadamente da freguesia dos Parceiros, terão que se contentar com a sorte!”, referindo, no entanto, que há relatos de moradores nos lugares de Albergaria, Cavalinhos e Mouratos, de que os cheiros provenientes do aterro “têm diminuído nos últimos tempos”.

Durante a reunião, a Comissão da Assembleia Municipal, composta além do presidente Guerra Marques, pelos deputados Aníbal Curto Ribeiro (PS), Etelvina Ribeiro (CDU), Carlos Wilson (MpM) e Luiz Branco (+Concelho), sendo que os restantes líderes de bancada não compareceram por estarem fora do concelho, tomou conhecimento do processo de tratamento de resíduos, tendo ficado a ideia “que pode haver grandes melhorias, num futuro próximo”.

“A Valorlis fez um grande investimento, no sentido de aumentar o tratamento mecânico e biológico para o dobro, com o objetivo de eliminar ainda mais, os maus cheiros”, refere na carta enviada ao nosso jornal Luís Guerra Marques, acrescentando que, para tal, “irá contribuir, não só, o novo equipamento, como também a separação (obrigatória???) dos resíduos orgânicos, cuja recolha vai estar a cargo das Autarquias e a sensibilização dos Munícipes a cargo das autarquias em colaboração com a Valorlis”.

No encontro, os representantes da Assembleia Municipal ficaram ainda a saber que vão ser melhoradas as condições dos postos de recolha, com a colocação de mais um contentor, “onde vão ser depositados os resíduos domésticos, que são os que provocam mais cheiros”.

Incineração resolveria problema dos maus cheiros

“Em conclusão, sabemos que no país há outros aterros que não provocam cheiros, (utilizam um processo de incineração, como nos foi explicado).

Era este processo que nós gostaríamos de ver implementado aqui, a exemplo da Lipor – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto, em Valongo, onde de um lado está o aterro, e do outro, uma grande superfície comercial”, explica o presidente da Assembleia Municipal da Marinha Grande.

Na reunião, em que participaram os engenheiros Marta Guerreiro, Nuno Monteiro, João Rita e António Guerra, em representação da Valorlis, a comitiva marinhense ficou a saber que “o governo decidiu, não serem permitidas, para defesa do meio ambiente, mais incineradoras”, e que devido aos incêndios “o governo obrigou a Valorlis a cortar grande parte da cortina arbórea, que filtrava os cheiros, e que tinha um papel importantíssimo em todo este processo”.

Guerra Marques considera ainda “insólita” uma decisão governamental a respeito do assunto em discussão: “Os antigos aterros com incineradoras, podem continuar!!?? Será para não serem obrigados a indemnizar as grandes superfícies, pela sua deslocalização forçada?”.

O autarca da Marinha Grande lembra que “em grande parte da Europa, sobretudo do Norte, há aterros e não há cheiros! Porque será? Porque incineram os resíduos, obviamente! Vindo esta prática dos países mais desenvolvidos do mundo e dos que mais respeitam o meio ambiente, é estranha, esta decisão do nosso Governo!”.

“Como órgão autárquico, continuaremos atentos ao desenrolar da situação, para perceber se as medidas implementadas com os novos equipamentos, e as que virão, através da separação e tratamento de resíduos, vão surtir efeito!”, assegura o presidente da Assembleia Municipal da Marinha Grande.


Foto Valorlis