O sonho nasceu há quatro anos, com a aquisição do terreno situado a poente do Lar das Vergieiras, com mais de 20 mil metros quadrados, pelo montante de 650 mil euros. Joaquim João Pereira dava assim o primeiro passo para a concretização de uma obra há muito desejada e necessária: a construção de uma nova unidade de cuidados continuados na cidade da Marinha Grande.

Com cinco mil metros de área de concessão e mais de oito mil destinados à criação de estacionamento, a obra, orçada em quatro milhões de euros, decorre a bom ritmo. Para já, sem qualquer apoio financeiro garantido.

No entanto, Joaquim João Pereira fez as contas e entendeu que a Misericórdia reunia condições para avançar com a empreitada. “Fomos à Banca é verdade, pois de outra forma não seria possível, e devo dizer que numa fase inicial a Direção não me acompanhou”, acrescentando que “mais tarde lá disseram que me apoiavam”, assumindo que “é preciso coragem para avançar com uma obra desta dimensão sem saber se vem algum apoio estatal”. Ainda assim, o provedor constituiu uma Comissão de Honra, convidando algumas individualidades do concelho, e através da qual se conseguiu angariar o montante de 1.500 euros, doados por duas empresas locais.

“Infelizmente, verifico que o concelho da Marinha Grande não é tão solidário quanto, por vezes, se apregoa”, lamenta o responsável, que diz não compreender o silêncio da autarquia, entidade à qual solicitou um contributo na ordem dos 300 mil euros em outubro do ano passado. “Disseram-me que sim, mas até hoje ainda não vi nada”, garante João Pereira

O timoneiro da Misericórdia da Marinha Grande revelou ao JMG que a nova Unidade de Cuidados Continuados (UCC) terá um duplo papel uma vez que além de dar resposta preferencialmente aos doentes da região, vai permitir a criação de mais de meia centena de novos postos de trabalho, em áreas mais especializadas. De acordo com o provedor, serão contratadas 35 auxiliares, 15 enfermeiros, um médico e uma equipa técnica multidisciplinar, composta por psicólogo, terapeuta ocupacional, terapeuta da fala e fisioterapeuta.

No terreno desde junho do ano passado, a obra tem como data de conclusão estimada o dia 31 de dezembro deste ano, prevendo-se a sua abertura durante o primeiro trimestre de 2020. Na visita que fizemos ao local com o provedor, foi possível verificar que os trabalhos têm decorrido dentro dos ‘timings’, pelo que a expectativa é de conseguir arrancar com o funcionamento da Unidade até março de 2020.

O provedor prevê gastar ainda cerca de um milhão de euros na aquisição dos equipamentos necessários ao funcionamento da nova UCC.
Com os olhos postos no futuro, e embora não queira falar muito sobre o assunto, Joaquim João Pereira não coloca de parte a possibilidade de vir a construir, na parcela de terreno restante, apartamentos sociais da Santa Casa.

A atual UCC, completamente lotada, dispõe de 31 vagas, acolhendo doentes oriundos de vários pontos do país, alguns dos quais ficam durante longos períodos de tempo. A Unidade em construção vai duplicar esta resposta social, na medida em que terá capacidade para 60 camas, embora o provedor ainda não saiba qual a modalidade de financiamento a adotar pela Segurança Social.

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