Durante os últimos dez anos aconteceu em Portugal a maior destruição de riqueza da nossa história moderna. Algumas das mais importantes empresas portuguesas com expressão internacional – Cimpor, Portugal Telecom, EDP, REN, ANA, CTT – são hoje empresas estrangeiras fortemente desvalorizadas, ou que pouco contribuem com resultados para o investimento e para o progresso da economia portuguesa. Outras - BPN, BPP, BES – tornaram-se em pouco tempo massa falida, cujos escombros são um custo para o Estado, que é como quem diz para os contribuintes portugueses. Outras ainda – TAP, Águas de Portugal, Metro de Lisboa e Porto, CP, Carris, etc. – ou são mal geridas e representam um custo e não uma fonte de rendimento e de progresso, ou, como é o caso da TAP, estão a caminho de serem privatizadas e prontas para seguir o caminho das anteriores.
Os regimes democráticos reforçam-se com a transparência dos actos da administração e da sociedade em geral e empobrecem sempre que o secretismo entra nos hábitos da governação, ou é aceite pela sociedade. É este claramente o caso português, onde a ausência de cultura democrática, a existência de poderosos grupos de interesses organizados e uma certa tradição autoritária, têm permitido manter o secretismo e o autoritarismo onde deveria existir mais transparência e mais democracia.
Aquando da morte de Steve Jobs, então presidente da empresa norte-americana Apple, escrevi que a empresa dificilmente continuaria o sucesso que tinha tido sob a batuta do seu fundador, que era também o seu genial inspirador, nomeadamente no campo da inovação de novos produtos.