Desenvolver tecnologia e apostar no mercado chinês são os principais objetivos da empresa marinhense Moldetipo.

Na última semana, a empresa firmou um protocolo de cooperação com o Instituto Politécnico de Leiria e com o Centro Internacional de Transferência de Tecnologia de Suzhou da Universidade de Pequim, na China.

O JMG assistiu à cerimónia de assinatura do protocolo entre a empresa marinhense de fabrico de moldes e as duas instituições de ensino superior, que teve lugar na manhã de quinta-feira, 27 de novembro, nos serviços centrais do IPLeiria.

Na ocasião, o presidente do Politécnico realçou o significado do protocolo, considerando tratar-se de mais um passo na aproximação entre academia e indústria. Nuno Mangas fez votos para que o acordo com vista à transferência de tecnologia seja apenas o início de uma colaboração mais profunda, “que potencie o intercâmbio não só de conhecimento como de estudantes e investigadores entre os dois países”.

Xinyue Liang, diretora do Centro Internacional de Transferência de Tecnologia de Suzhou da Universidade de Pequim, que trouxe na sua comitiva empresários da área dos moldes, mostrou-se satisfeita pela assinatura do protocolo, desejando que se estreitem as ligações entre China e Portugal e que o acordo possa trazer o desenvolvimento efetivo de projetos.

Já Rui Silva, diretor-geral da Moldetipo, explicou que o protocolo surge no âmbito da estratégia comercial de expansão do grupo para além das fronteiras europeias, mostrando-se convicto de que em conjunto serão desenvolvidos projetos com mais-valias para todos os envolvidos.

Aposta nas novas tecnologias

No final da cerimónia, Rui Silva adiantou ao JMG que o protocolo representa para a empresa “o desenvolvimento de tecnologias associadas à sua industrialização. Através da Universidade de Pequim e do IPLeiria vamos tentar desenvolver novas tecnologias para aplicar na indústria de moldes e vender esse produto para a China, um mercado em expansão”.

Desde o ano passado que a Moldetipo exporta parte da sua produção para aquele país, embora numa escala ainda reduzida. Segundo o empresário, este ano já se registou um incremento de 25% e o objetivo é “expandir para a China, dada a saturação dos mercados europeus e o potencial muito forte da China, sobretudo no setor automóvel”, designadamente com recurso a tecnologias não tradicionais, como a injeção de água.

A Moldetipo exporta a quase totalidade da sua produção, sendo que 90 por cento dos moldes produzidos se destinam ao setor automóvel e os restantes 10 por cento a outras áreas. A empresa dá emprego na Marinha Grande a 65 pessoas, abriu há cinco anos uma unidade no México que tem oito colaboradores, e desde há dois anos dispõe de uma pequena unidade em Suzhou, na China, onde trabalham seis pessoas.

O que prevê o protocolo?

O acordo firmado prevê a utilização de recursos humanos, meios técnicos e infraestruturas tecnológicas para a realização de tarefas de investigação, educação e formação de recursos humanos; a realização de projetos de investigação; o acesso à informação científica e material didático; a elaboração de um plano para o intercâmbio de estudantes de mestrado, investigadores e professores entre as duas instituições de ensino, ao passo que a Moldetipo irá sugerir áreas técnicas baseadas na fabricação de moldes e o desenvolvimento de produtos.