“Vergonhoso”, “caótico” e “inconcebível” foram alguns dos adjetivos usados por trabalhadores e utentes da Conservatória de Registo Civil, Predial, Comercial e Automóvel da Marinha Grande, que na manhã da última segunda feira, 8 de abril, vieram para a rua exigir uma solução para aquele espaço, inacessível a cidadãos com mobilidade reduzida-

De acordo com Célia Leite, oficial de registos, a Conservatória está a atravessar “uma fase caótica”, com tempos “muito longos de atendimento”, que se ficam a dever “à existência de computadores com 20 anos que não suportam os programas atuais e que vão abaixo muitas vezes, o que se reflete no atendimento ao público”. Segundo a delegada sindical, “há pessoas que compreendem, outras não. Algumas até nos insultam, mas nós não temos culpa. Damos o nosso melhor”, garante.

A acessibilidade é outra das dificuldades, desde logo a longa escadaria, com degraus partidos e escorregadios em dias de chuva, que gera descontentamento junto das pessoas que se deslocam em cadeira de rodas, muletas, de quem quer aceder aos serviços com um carrinho de bebé, por exemplo, já para não falar dos cidadãos invisuais. O espaço não dispõe de rampas de acesso, muito menos de elevador.

As condições de trabalho também não são as ideais, tendo em conta que “há infiltrações de água, bolor nas paredes e buracos no chão”, revela Célia Leite. Segundo a oficial de registos, “há promessas para mudarmos de instalações mas nunca mais nos mudam. É sempre para o ano e não passamos disto”. Tratando-se de uma situação que se arrasta há vários anos, os 14 funcionários que prestam serviço na Conservatória resolveram agora fazer este protesto porque, e segundo Célia Leite, “estamos saturados. Esperamos e nada se faz. Por isso resolvemos ser nós a tentar fazer alguma coisa e viemos às 8h para não prejudicar o atendimento aos nossos utentes”.

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