Uma indústria viva e com capacidade para “dar a volta” aos desafios. Foi assim que João Faustino, presidente da CEFAMOL, caracterizou o setor no encerramento oficial da “Semana de Moldes”, que entre 20 e 24 de novembro envolveu cerca de um milhar de pessoas, de 11 países

 

O presidente da Associação Nacional da Indústria de Moldes mostrou-se convicto de que o certame permitiu a construção de um ambiente propício à inovação, ao estabelecimento de contactos, ao trabalho em rede e à cooperação, concluindo que os empresários saem do evento “capazes de dar a volta aos desafios”, “mais fortes” e “dinâmicos”.

Para João Faustino, a Semana de Moldes constituiu um “espaço primordial para a afirmação” da indústria e do cluster Engineering & Tooling From Portugal, que desempenham um papel “decisivo” a nível económico e social. O responsável disse ainda que o nível de cooperação entre as empresas é “fundamental” para ultrapassar desafios e manter a notoriedade do setor, lembrando que o contexto internacional é “desafiante” e que são “grandes” as dificuldades para que sejam ultrapassadas individualmente. Defendeu que as preocupações do setor possam ter eco junto das entidades públicas e privadas, e que deve haver uma “clara política europeia que faça cumprir as mesmas regras a todos”, numa alusão à concorrência dos fabricantes de moldes asiáticos.

João Faustino afirmou que a indústria nacional de moldes continuará a ser uma referência mundial, pelo que está na forja um novo conjunto de ações para reforçar a notoriedade do setor em termos globais. A terminar, agradeceu a todos os envolvidos na “Semana de Moldes 2023”, afirmando que esta é uma “indústria viva” e que quer continuar a trilhar os caminhos que tem pela frente.

Na sessão de encerramento, o presidente da Câmara da Marinha Grande, Aurélio Ferreira, realçou que a indústria de moldes tem um peso “determinante” na estrutura económica local, dando resposta às exigências de mercado muito competitivos, como sejam as indústrias automóvel, aeronáutica ou de dispositivos médicos. O autarca congratulou-se com alguns dados relativos ao concelho, desde logo com o aumento da população, “muito com base na imigração, sendo hoje a comunidade estrangeira quase 6% da nossa população”, que o salário médio mensal esteja acima da média nacional, que o desemprego seja residual, que 99% dos alojamentos sejam abastecidos com água e 93% com saneamento, e que existam no concelho mais de 4.500 empresas. O presidente da autarquia sublinhou a elevada capacidade exportadora para países do primeiro mundo e que o concelho exporte o dobro do valor que importa. Aurélio Ferreira falou ainda da revisão do Plano Diretor Municipal, em curso, onde se prevê aumentar de 200 para 800 hectares as áreas de acolhimento empresarial.

A “Semana de Moldes 2023” decorreu na Marinha Grande e em Oliveira de Azeméis, com um vasto leque de ações que colocaram em destaque os temas da sustentabilidade, da cooperação e da coesão, entre vários outros. A organização, conjunta, coube à CEFAMOL, ao Centro Tecnológico da Indústria de Moldes, Ferramentas Especiais e Plásticos (CENTIMFE) e à Associação POOL NET.