Em dia de aniversário da Freguesia, o presidente da Junta da Moita, em entrevista ao JMG, critica a ausência de investimento por parte da autarquia no território que lidera, mas garante à população “nunca desistir” de defender os seus direitos

 

Há um ano disse em entrevista à Marinha TV que encontrou uma Junta de Freguesia estagnada, a todos os níveis. Que medidas tomou para inverter esse cenário?

Foram tomadas as medidas de acordo com o necessário para colocar novamente a Freguesia no lugar que lhe é devido e que merece.

Já se cumpriram dois anos de mandato. Que balanço faz deste período?

Não faço balanço, o resultado do trabalho do executivo, com o empenhamento do excelente trabalho desenvolvido pelos trabalhadores da autarquia, é visível.

Quais têm sido as suas principais preocupações?

Saúde, Segurança, Habitação, Cultura, Desporto, Mobilidade, Infraestruturas e tudo o que deve proporcionar alegria e bem-estar aos Moitenses.

E dificuldades?

Falta de meios financeiros, humanos, materiais, respostas e diálogo do executivo da Câmara Municipal.

Tem lamentado publicamente o “alheamento do executivo municipal” face à Junta que lidera. A que se refere em concreto?

Refiro-me exatamente ao alheamento com a falta de investimento por parte do executivo municipal, perante uma das suas freguesias, a Moita, que até à data foi Zero.

Consegue encontrar alguma razão para esse “alheamento” e para a falta de investimento na Freguesia da Moita?

Não consigo encontrar nenhuma razão que o justifique, não sei o que vai na cabeça das outras pessoas, mas é minha convicção existir ainda alguma dificuldade em aceitar a estrondosa vitória da CDU, nesta freguesia. Se estiver enganado, será por outra razão qualquer, que por certo não abona a favor de quem devia responder favoravelmente aos legítimos direitos desta população.

O PDM está em revisão e passará a contemplar a Freguesia da Moita. Conhece a proposta que está em cima da mesa? Na sua opinião, serve os interesses dos Fregueses?

Apenas e só foram mostrados, em fase de apresentação da proposta final que antecede à discussão pública, os mapas da REN e RAN com as propostas do executivo para a ocupação dos solos, assim como as definições das futuras Zonas Industriais. Não participámos, nem somos detentores de nenhum documento ou propostas sobre o PDM. Do pouco que nos mostraram, com pouco concordamos. Nunca fomos convocados para participar no processo de elaboração do Plano de Ordenamento do nosso Território, não tivemos a possibilidade de defender as nossas propostas que entendíamos ser do superior interesse da população. Pelo facto, declinamos qualquer responsabilidade, se o PDM for nocivo aos interesses das pessoas da Freguesia de Moita.

Se pudesse inscrever uma única obra no orçamento da Câmara para 2024 qual seria? Porquê?

De que adiantava inscrever ou poder inscrever?! Se já foram inúmeras as obras aprovadas e dotadas em orçamento municipal e nenhuma foi executada! Seria mais uma perda de tempo.

Que mensagem gostaria de deixar aos moitenses?

A mensagem é de unidade a uma só voz, em defesa dos direitos, que temos como contribuintes pagantes. NUNCA desistir, até porque as pessoas passam (são substituídas) por vontade delas próprias ou por vontade do Povo, em tempo de eleições. Parabéns à Freguesia de Moita, que comemora no dia 4 de Outubro o seu 38.º aniversário de elevação à categoria de Freguesia e a todas e todos os moitenses que continuam a dar a sua confiança para continuarmos a governar a nossa terra.