A presidente da Câmara da Marinha Grande rejeita que a autarquia tenha dado um passo atrás na instalação do Museu Nacional da Floresta, reiterando que se trata de um projeto de âmbito nacional que deverá ter “o devido financiamento”


Em resposta a uma questão colocada por Ricardo Vicente, deputado do Bloco de Esquerda na Assembleia da República na passada quarta feira, 15 de julho, o Ministro do Ambiente responsabilizou o executivo da Câmara Municipal da Marinha Grande por ter “recuado” na concretização do Museu Nacional da Floresta.

O deputado do BE queria saber qual era a situação do património degradado na Marinha Grande, como é o caso do Parque do Engenho para onde esteve prevista a instalação do Museu Nacional da Floresta, que há décadas aguarda pela sua concretização.

Após a resposta que foi dada pelo Ministro João Matos Fernandes, a presidente da Câmara da Marinha Grande fez sair uma nota para “clarificar” a situação relativa ao Museu da Floresta.

Cidália Ferreira recordou que a Marinha Grande desde 1999 deseja receber o referido Museu, pelo que assim que tomou posse como presidente, “logo após os incêndios que devastaram o Pinhal do Rei, dei início a negociações com o Governo para finalmente ser implementado o projeto nacional do Museu da Floresta” no Parque do Engenho.

Segundo a autarca, “após muitos contactos e iniciativas de reuniões da minha parte com o anterior Secretário de Estado das Florestas, foi-nos enviada uma proposta de protocolo a 12/09/2019, pouco antes das eleições legislativas. Esta proposta de protocolo imputava à Câmara Municipal toda a responsabilidade (técnica e financeira) pelo Museu Nacional da Floresta (incluindo a sua gestão futura e despesas de funcionamento) com a supervisão do ICNF e da Direção Geral do Património Cultural”.

Projeto de “vários milhões de euros”

Como contrapartida, explica a autarca, “a Secretaria de Estado das Florestas propunha-se transferir para a Câmara Municipal a quantia de 300.000 euros, ficando à Câmara Municipal da Marinha Grande a responsabilidade pelo financiamento restante necessário, para um projeto que se estima em vários milhões de euros”.

A edil solicitou “uma revisão ao financiamento do projeto, sendo que dada a proximidade das eleições legislativas, a resposta foi remetida para o Governo seguinte”, pelo que, e já com o atual Governo em funções, refere ter reunido com o Secretário de Estado ainda antes do final de 2019, “tendo sido acordado que o pedido feito anteriormente seria analisado e que nos primeiros meses de 2020 o Secretário de Estado viria à Marinha Grande para apresentar esta e outras propostas de interesse para o concelho e o Pinhal do Rei”.

Cidália Ferreira reitera que “o Museu da Floresta é um projeto nacional que deve ter o devido financiamento”, acrescentando que está a aguardar a vinda do Secretário de Estado das Florestas ao concelho “para discutir esta matéria e outras sobre o Pinhal do Rei”, lembrando que enviou recentemente um ofício sobre estas matérias e ao qual aguarda resposta.

De referir que o deputado Ricardo Vicente questionou ainda o Ministro do Ambiente sobre o recente corte de árvores, com portes arbóreos únicos e que não foram afetadas pelos incêndios, na zona de proteção da Mata Nacional, tendo o governante demonstrado desconhecimento sobre o que se está a passar naquela zona.