"Museu do Vidro - da concepção de um museu de arte ao museu âncora da Marinha Grande” foi o título da conferência que teve como orador o investigador Jorge Custódio, e que decorreu ao final do dia 13 de dezembro, para assinalar o 25.º aniversário do Museu do Vidro


Naquela que foi a primeira de um ciclo de conferências, Jorge Custódio desfiou algumas memórias e curiosidades do Museu do Vidro, que em 25 anos de portas abertas recebeu meio milhão de visitantes e acolheu 46 exposições temporárias.

Para o investigador, o Museu do Vidro está ainda na “puberdade”, apelando ao presidente da Câmara para que seja resolvido o problema de falta de espaço para reservas e serviços de apoio do museu, depois de lembrar as dificuldades de se ter adaptado um palácio, onde viviam os Stephens, para Museu, sem espaços adequados para expor.

Jorge Custódio recordou que a abertura do Museu do Vidro, em 1998, foi “uma batalha política do homem que liderava a Câmara”, realçando a “coragem” de Álvaro Órfão em levar o projeto adiante.

Para o investigador, o Museu “entrou em declínio” de 2006 para cá, mostrando-se “incrédulo” por se ter deixado demolir uma parte do Palácio Stephens, do lado do Parque da Cerca. Aludiu ao facto de o Museu apresentar “narrativas confusas”, dando como exemplo a existência de um pote de vidreiro numa lareira como se fosse um forno, considerando que “a sorte” do Museu se deve aos trabalhadores. “Foi a lógica das exposições temporárias que salvou o Museu, se não ele envelhecia mais cedo”, referiu o orador, considerando que um museu “deve estar sempre em construção”.

Sugeriu que o Palácio Stephens poderia “viver só como edifício”, mostrando como viviam os Stephens, com as peças e mobiliário da época, afirmando que esse tipo de turismo está a ganhar cada vez mais adeptos. Defendeu que a água tem de voltar aos jardins, que o palácio deve ser fechado, e que além do vidro deve haver também um espaço dedicado à cerâmica para melhor compreensão de todo o seu contexto. O professor considerou ainda que o Museu do Vidro de Portugal poderia ser a âncora do programa de valorização da antiga FEIS.