Relativamente às eleições previstas para o dia 30 de Janeiro, os meios de comunicação só falam de a hipótese de vitória pertencer ao PS ou ao PSD, mas ninguém avalia aquilo que tem uma forte probabilidade de acontecer, que é a repetição de 2015, ou seja, mesmo que o PSD ganhe a eleição, mas a esquerda junta tenha mais deputados do que a direita, não duvidem que o PS procurará formar governo


Não se fala nesta hipótese porque os comentadores partem do princípio de que António Costa cumpra o que disse, que apresentaria a sua demissão no caso de perder, ou que o PCP e o Bloco de Esquerda não quererão prosseguir a geringonça com António Costa, depois de terem chumbado o Orçamento do Estado. Enganam-se, a palavra de António Costa tem pouco valor e no caso do PCP e do Bloco se recusarem a aparar o jogo do Primeiro Ministro, este já terá armadilhada uma solução que reside no PS avançar com o ministro Pedro Nuno Santos, o desejado pelos dois partidos da extrema esquerda, para poderem mandar no PS.

Que esta nova geringonça seja um desastre ainda maior do que o anterior, não é matéria de grande preocupação para António Costa e menos ainda para o PS, a manutenção do poder e as mordomias exploradas pela grande família socialista valem bastante mais do que o futuro do País. Se assim não fosse a geringonça nunca teria existido, sabendo-se que as políticas do PCP e do Bloco eram irreconciliáveis com as normais políticas europeias do PS. Mais, por alguma razão o Primeiro Ministro manteve a seu lado todos estes anos Pedro Nuno Santos, apesar dos desastres que ele provoca na ferrovia, na TAP e na Groundforce e de António Costa preferir Fernando Medina como seu sucessor, sempre é mais manejável, contudo a manutenção do poder é mais importante.

 

Henrique Neto
Empresário

27-12-2021