O AC Marinhense (ACM), orientado pelo antigo guarda-redes Rui Sacramento, tem a defesa menos batida do Campeonato de Portugal, com 7 golos sofridos nas 12 jornadas disputadas

De entre as 56 equipas que disputam o 4.º escalão do futebol nacional, a defesa vidreira é a que menos vezes foi batida, por sete vezes, e mesmo se alargarmos a todas as equipas dos campeonatos nacionais, só os invictos Benfica (I Liga) e Länk Vilaverdense (Liga 3) igualam o registo nos seus campeonatos.

Para reforçar o notável percurso defensivo, os "vidreiros" ainda não sofreram mais que um golo por jogo, o mesmo acontecendo na Taça de Portugal, na derrota caseira frente ao U. Leiria (0-1). Numa equipa muito solidária onde "todos defendem", destaque para a última muralha de proteção às balizas bem defendidas por Tomás Bozinoski ou João Guerra: Luís Oliveira e Miguel Vinagre, constituem uma dupla de centrais de vidro quase inquebrável.

Ataque ficou em branco em metade dos jogos

Se na defesa o Marinhense se apresenta em bom plano, já no ataque a música é outra. Nos 12 jogos disputados no Campeonato de Portugal, a equipa de Rui Sacramento apontou apenas 11 golos, tendo em metade das ocasiões (6 jogos) terminado sem conseguir marcar nenhum golo.

Desde o início da época que foi notória a escassez de avançados no plantel e, para complicar, a aposta no ponta de lança Ricky Duarte não resultou e o nazareno acabou por cedo abandonar o plantel. Chegou o brasileiro Gleydisson, que fisicamente tem estampa e perfil, porém tecnicamente é um atleta com demasiadas limitações e também já abandonou a Portela. A mais recente aposta é o guineense João Marna, que parece ter características muito interessantes para jogar como ponta de lança móvel para o que aí vem da época, fica a dúvida se Marna será ou não o homem que Rui Sacramento tanto necessita.

Até aqui, Jailson Nobre e, em especial, Miguel Baptista, têm sido as melhores opções para atacar as balizas contrárias. Aposta ganha foi a vinda, com a época já a decorrer, do experiente cabo-verdiano Kuca, que está a ser uma das mais valias no setor mais avançado do Marinhense.

Landim regressa e Wallyson sai

A prenda de Natal para o ataque vidreiro foi Nélson Landim, avançado guineense de 25 anos que alinhava no U. Santarém (clube pelo qual jogou recentemente no Municipal da Marinha Grande contra o Marinhense). Trata-se de um regresso ao Marinhense, isto depois de Landim ter dado nas vistas com a camisola alvinegra na primeira parte da época passada, tendo depois rumado ao Amora.

No meio campo, como criativo, já com a época em andamento chegou o brasileiro Wallyson Mallmann. Um atleta com um currículo invejável com passagens por emblemas grandes do futebol, porém também trazia um historial de lesões e, na Marinha Grande, confirmou no pouco que mostrou, ser um jogador de eleição com momentos de fino retoque, mas infelizmente também confirmou a vertente de ser um atleta propenso a lesões. Wallyson Mallmann abandonou o plantel por mútuo acordo.

ACM a dois pontos da liderança

O Marinhense passa o ano no 3.º lugar da série C do Campeonato de Portugal, com 21 pontos, a dois do duo de líderes (Benfica e Castelo Branco e 1.º Dezembro), que ocupam as duas vagas de acesso à fase de subida. Atrás do Marinhense, a um ponto de distância, surgem 5 equipas: U. Santarém, Sintrense, Sertanense, Mortágua e Pêro Pinheiro. No lugar imediato e, já abaixo da linha de água, está o Coruchense, a 3 pontos de diferença do Marinhense. Ou seja, numa série extremamente equilibrada, é verdade que o Marinhense está a apenas dois pontos da liderança, mas também só tem três de vantagem sobre a zona de despromoção. Pelo andar da carruagem, a distância entre "o céu e o inferno" pode ser muito curta.

Após a paragem para a época festiva, o regresso do campeonato acontece no dia 8 de janeiro com a realização da 13.ª jornada, a última da 1.ª volta da prova, com o Marinhense a ter uma saída muito complicada ao reduto do Sintrense.