Ana Botas foi distinguida pela Federação Portuguesa de Corridas de Obstáculos com o prémio de Melhor Atleta Feminina do Ano 2023, pela sua prestação a nível nacional e internacional. Na gala que marcou o encerramento da temporada, a atleta marinhense recebeu ainda o prémio de vice-campeã nacional

 

Em declarações ao JMG, a jovem marinhense deu conta de que a distinção, atribuída pela primeira vez pela Federação, “orgulha-me imenso e é fruto não só do resultado deste ano, mas da soma do que tenho feito na modalidade nos últimos 6 anos”.

Precisamente a completar este mês 6 anos de dedicação às corridas de obstáculos, Ana Botas recorda que o objetivo traçado para esta época era ser campeã. No entanto, “alguns percalços” de cariz pessoal acabaram por comprometer a classificação final. Ainda assim, ficou a escassos 4 pontos do primeiro posto.

Orgulhosa por ter sido nos últimos dois anos a única atleta feminina a pisar o pódio absoluto da modalidade, Ana Botas deu conta de que a distinção lhe foi atribuída pelo júri pela sua conduta em prova, pelo bom relacionamento com árbitros e atletas, e por ser considerada uma atleta “completa”.

“Não esperava receber este prémio, mas se olhar para trás, para o meu percurso e para todo o trabalho desenvolvido, fazia todo o sentido que me fosse entregue”, assume.

“O desporto foi a minha terapia”

 

Aos 44 anos, Ana Botas é uma atleta focada nos resultados e em concretizar metas. Há poucos meses, estabeleceu que até 2025 queria alcançar o pódio no seu escalão numa prova internacional. Na temporada de 2024 vai mudar de escalão (F45-49), mas ainda não sabe como vai competir uma vez que acaba de se desvincular da equipa Unique Adventure que representou este ano.

“Sei que só posso almejar objetivos dentro do meu escalão, de acordo com a minha preparação física, mental e os treinos”.

Descreve-se como uma atleta “muito forte mentalmente”, que estuda os obstáculos antes de os tentar ultrapassar, concentrada, e adepta do pensamento positivo. “Na região não há muitos sítios onde possa treinar os obstáculos, e quando estou em prova prefiro fazer uma abordagem calma para os ultrapassar à primeira tentativa. Costumo dizer que consigo ver sempre o copo meio cheio”.

Os treinos são parte integrante da sua vida e Ana Botas apenas admite três paragens por ano: na Páscoa, no Verão e na semana do fim de ano. “Sinto-me realizada e feliz quando faço desporto e posso mesmo dizer que o desporto foi a minha terapia em momentos menos bons da minha vida”. Segundo a atleta marinhense, “consegui superar uma depressão sem tomar um único comprimido, por isso costumo dizer que o desporto salva vidas. Mesmo”.

Em tempo de balanço, a atleta não esquece o apoio que teve da parte de Nuno Figueiroa, do Centro de Treino e Reabilitação Be The Change, e da fisioterapeuta Susana Bravo.

Quanto a 2024, a temporada arranca em março, mas Ana Botas ainda não definiu de que forma vai alinhar nas provas. Certo é que quer continuar ligada à modalidade, e participar no Europeu de 2025 que vai ser disputado em Portugal. A desportista assume querer focar-se mais na área profissional, designadamente no desenvolvimento pessoal, na formação e no coaching.