Estou certo que este Natal de 2014 ficará marcado pela extraordinária entrevista dada pelo Papa Francisco ao jornalista Henrique Cymerman e que passou na televisão portuguesa. Entrevista que, tal como as outras anteriores do Papa, representa uma verdadeira revolução, não apenas na Igreja de Roma, mas também no mundo da política internacional. A sabedoria simples do Papa, transmitida com humor, simplicidade e profundidade, representa uma rotura com a tradição católica, mas também e, porventura mais importante, no governo dos povos.
Aqui na Marinha Grande, a esmagadora maioria das empresas actua nos sectores de bens transaccionáveis e muitas delas nos mercados externos. São geralmente empresas profissionalizadas, que não dependem dos favores do Estado para a sua sobrevivência, antes são esmagadas pelo Estado com impostos, burocracia e custos acima dos valores do mercado internacional, como na energia e nas telecomunicações.
Em Março de 2011 escrevi um texto publicado neste jornal, em que apelava aos militantes socialistas para não votarem no então Secretário Geral do PS e Primeiro Ministro, nas eleições internas que se realizariam a seguir. Naturalmente que escrevi o texto sem grande esperança, porque conheço bem o clubismo existente nos partidos políticos portugueses e a atracção que o poder exerce sobre a generalidade dos portugueses. Mas fi-lo por dever cívico, por saber, como dito no texto, que a continuação de José Sócrates à frente da governação do País conduziria ao desastre, que o Governo do PS não terminaria a legislatura e que isso abriria as portas do poder ao PSD.