A prisão de José Sócrates levantou todas as paixões de que um país é capaz, a favor e contra o anterior primeiro-ministro, em que não faltou o circo da comunicação social. Compreende-se que assim seja e daí não vem mal ao mundo, mas o que já não se compreende é a tentativa de atacar a justiça para supostamente defender José Sócrates, a sua governação e o seu modelo político, baseado nas relações de amizade, na defesa de interesses particulares e na mentira, amplamente tolerada pelos partidos do chamado arco do poder. Os mesmos que no passado justificavam a corrupção com a badalada ineficácia da justiça, reclamam agora dos excessos da sua actuação.
Há dias fui dar uma volta pelos dois lados da estrada que liga a nossa cidade a Leiria, antes da descida para Albergaria, afim de conhecer melhor toda a extensão daquela área industrial e do que ela representa para a economia do nosso concelho. Apesar de já conhecer o local, não pude deixar de me espantar com a qualidade de muitos dos novos e dos velhos edifícios empresariais que ali existem e da dimensão económica da zona.
Durante os últimos dez anos aconteceu em Portugal a maior destruição de riqueza da nossa história moderna. Algumas das mais importantes empresas portuguesas com expressão internacional – Cimpor, Portugal Telecom, EDP, REN, ANA, CTT – são hoje empresas estrangeiras fortemente desvalorizadas, ou que pouco contribuem com resultados para o investimento e para o progresso da economia portuguesa. Outras - BPN, BPP, BES – tornaram-se em pouco tempo massa falida, cujos escombros são um custo para o Estado, que é como quem diz para os contribuintes portugueses. Outras ainda – TAP, Águas de Portugal, Metro de Lisboa e Porto, CP, Carris, etc. – ou são mal geridas e representam um custo e não uma fonte de rendimento e de progresso, ou, como é o caso da TAP, estão a caminho de serem privatizadas e prontas para seguir o caminho das anteriores.