Heloísa Apolónia, cabeça de lista da CDU pelo círculo eleitoral de Leiria com vista às Legislativas de 30 de janeiro, esteve na Marinha Grande na última sexta feira, 17, onde teve oportunidade de reunir com ativistas em defesa do Pinhal de Leiria

 

No encontro, foi denunciado o "visível abandono da gestão da nossa mata", e apontadas questões concretas: "por um lado, o que foi peticionado, como o reinvestimento de todo o valor financeiro resultante da venda da madeira, ou a inclusão de uma verba específica para a Mata Nacional de Leiria no Orçamento de Estado, e o reforço de meios humanos, técnicos, operacionais, nunca aconteceram”.

Os ativistas mostraram-se ainda “preocupados” com a situação das espécies invasoras, considerando que, quando existe, o controlo é feito “de forma agressivamente mecânica, para a fotografia, quando se pretende silenciar as vozes de denúncia, e isto é problemático na medida em que estas infestantes vingam ainda com mais força, e para além das já conhecidas acácias, agora temos as ervas das pampas, ou as plumas, ainda de maior difícil controlo”. Foi ainda abordada a questão da "biomassa", que para os ativistas constitui um “flagelo”.

Heloísa Apolónia, ex-deputada e dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes”, deu conta dos trabalhos na Assembleia da República, nomeadamente após o plenário em que foi discutida a petição em defesa do Pinhal, mas os ativistas concluíram que houve algumas propostas legislativas e “boa vontade, mas na prática, o Governo PS não incluiu os meios para lhes dar resposta, o que nos leva a crer que não têm real intenção de salvar a Mata Nacional de Leiria”.

A abertura de concursos para operacionais, mas com “vínculos precários, e o salário mínimo num trabalho altamente exigente”, e a fiscalização, que consideraram ser “praticamente nula”, foram outros dos temas abordados.

Em cima da mesa esteve também o papel do executivo camarário nesta luta, com alguma preocupação dos ativistas: “se no passado não sentimos que os autarcas do executivo PS tivessem feito o que podiam, o atual presidente de Câmara também não procurou demarcar-se da inércia do Governo, e pelo contrário, veio agora concordar publicamente com o trabalho desenvolvido, nomeadamente, pelo ICNF, o que nos deixa muito apreensivos”.

A candidata assumiu o compromisso na defesa da Mata e reforçou a importância de "um plano de gestão eficaz, ao contrário das ações pontuais que têm tido lugar". Reconheceu também a visível "ligação emocional dos marinhenses à sua mata, e o quão determinante esta manifestação tem sido para que o seu abandono não seja ainda mais desastroso".

Após o encontro, que teve lugar no Jardim Luís de Camões, a candidata da CDU reuniu com o Sindicato Vidreiro, que, em plena rotunda do Vidreiro, denunciou a intenção do executivo de deslocar o Monumento ao 18 de Janeiro para as proximidades. Foi apresentado pelo STIV um abaixo-assinado “que procura defender a permanência da estátua” na rotunda. No sábado, de manhã, a candidata esteve nos Mercados Municipais da Marinha Grande e de Vieira de Leiria, e à tarde decorreu, no Sport Operário Marinhense, a apresentação do Compromisso Eleitoral da CDU.