A Associação Protetora de Animais da Marinha Grande (APAMG) recolheu esta manhã 41 gatos que pertenciam a um inquilino que foi alvo de uma ação de despejo da habitação onde vivia, na Rua Helder Luciano Roldão

 

Segundo foi possível apurar no local, a ação de despejo foi levada a cabo devido à existência de cerca de dois anos de rendas em atraso. Há cerca de um mês, o agente de execução, Nelson Santos, contactou a autarquia da Marinha Grande dando conta da ação de despejo e da existência de duas dezenas de gatos. Ao JMG, disse não ter obtido resposta no que se refere à situação dos animais, mas que os técnicos da câmara se deslocaram à habitação no sentido de tentar encontrar uma solução para o casal alvo da ordem de despejo.

Na manhã desta quinta feira, 13 de abril, o agente de execução deparou-se com a existência não de 20, mas sim de 41 gatos, que foram recolhidos pelas voluntárias da APAMG. Ao nosso jornal, as responsáveis da instituição mostraram-se “surpreendidas” pelo elevado número de animais, alguns dos quais se encontram “subnutridos, com ferimentos nas patas e a precisar de tratamento veterinário e de desparasitação”. A APAMG está a tentar encontrar famílias de acolhimento temporário para os gatos, dando conta de que não dispõe de espaço nem de condições, físicas ou financeiras, para acolher tantos animais.

Gatil da Câmara lotado

Contactado pelo JMG a respeito da situação dos animais, o vereador João Brito, que tem o pelouro da proteção e saúde animal, explicou que “o gatil da câmara está lotado”, pelo que não poderá acolher mais animais. O autarca frisa que os gatos em questão “têm chip e têm dono, pelo que deverá ser este a assumir as suas responsabilidades”. “Já reuni com a veterinária municipal e com os técnicos do centro de recolha oficial, mas internamente não temos espaço nem capacidade para receber mais animais, e não deve ser a Câmara ou as associações de proteção a assumir o ónus quando os animais têm um dono”, acrescentou João Brito. O autarca disse ainda que se trata de “uma situação que não me agrada”.

Cidadão apoiado pela Novo Olhar II

A ação de despejo do casal foi também acompanhada por técnicos da Associação Novo Olhar II, instituição que há cerca de uma década tem apoiado o homem, através da Porta Azul. Recorde-se que nesta valência é possível tomar banho, lavar a roupa, fazer algumas refeições e ter aconselhamento e encaminhamento em situações jurídicas e de saúde.

Relativamente à situação do casal, não foi possível, até ao momento, obter um esclarecimento da autarquia.