A Câmara da Marinha Grande tem em curso o projeto “MG BioUrbeACt”, financiado a 100% através de uma candidatura ao Compete 2020, que visa a promoção da biodiversidade urbana e a sua adaptação às alterações climáticas

 

O projeto foi apresentado na tarde da última terça feira, 4 de julho, no Parque Mártires do Colonialismo, onde já estão em curso ações de poda preventiva e onde está previsto o abate de alguns exemplares.

No montante de 75 mil euros, o projeto está no terreno desde maio tendo sido já feito o levantamento fitossanitário e biomecânico de cerca de duas centenas de árvores nas três freguesias do concelho e atendendo às situações “prioritárias”, como explicou o vereador João Brito.

Do estudo efetuado, e de que resulta também um cadastro municipal relativo às árvores existentes e respetivas características, ficou já definido que serão alvo de poda 150 árvores, abatidos pelo menos 25 exemplares, e plantadas 220 novas árvores autóctones, como carvalhos, freixos, amieiros, salgueiros e aveleiras, e ainda 290 arbustos.

Prevê-se que os trabalhos fiquem concluídos até ao final do ano, no limite até janeiro ou fevereiro de 2024 tendo em conta a altura das plantações, estando ainda prevista a instalação de ninhos e comedouros para pássaros.

Sobre as árvores a abater, Sónia Guerra, bióloga da autarquia, explicou que após a realização de estudos exaustivos serão abatidos alguns choupos no Parque Mártires, duas tílias e um choupo no Largo do Luzeirão, alguns exemplares na Rua das Portas Verdes junto ao antigo Posto de Turismo, e uma acácia no Jardim Luís de Camões, entre outras situações ainda em análise.

“O abate será sempre a última coisa a fazer”

A este respeito, o presidente da autarquia sublinhou que “a parte mais difícil” deste projeto consiste precisamente no abate de árvores, sobretudo após o incêndio de outubro de 2017 que devastou a nossa mata, garantindo que apenas serão abatidas árvores “mortas” e que “possam constituir risco para pessoas e bens”. “O abate será sempre a última coisa a fazer”, referiu Aurélio Ferreira, que deu como exemplo a “luta” que a Câmara vem travando com a Infraestruturas de Portugal para evitar o corte dos plátanos existentes na Rua de Leiria e que são propriedade daquela entidade. “Ninguém vai abater árvores saudáveis”, reforçou, deixando a mensagem à população que “é preciso compreender que uma árvore morta já não está a fazer nada”, podendo constituir “um risco”.

A apresentação contou com a presença de Serafim Riem, com mais de 25 anos de experiência na área, e que atestou, através de um martelo e de um aparelho específico, a viabilidade de alguns exemplares. Com o martelo, foi notória a diferença de som entre um exemplar saudável e um já seco no seu interior, e com o aparelho foi possível aferir da resistência da madeira. O especialista deu ainda conta que existe ainda a possibilidade de realizar tomografias computorizadas às árvores para avaliar o seu estado de conservação, sobretudo quando existem dúvidas. Os presentes assistiram ainda a uma demonstração de uma poda preventiva em altura, com as devidas medidas de segurança.