As caminhadas noturnas iniciadas através de um grupo no Facebook estão a completar uma década de existência na cidade da Marinha Grande. De 2013 para cá, os laços de amizade entre os participantes estão mais fortes, e as pernas também!

 

Parece que foi ontem, como se costuma dizer, mas já vai fazer 10 anos que tiveram início as caminhadas noturnas na Marinha Grande. O ponto de encontro continua a ser o Parque da Cerca e a hora de partida ronda as 21h.

Na semana passada, o JMG foi ao encontro do grupo MG Fitness para recordar como tudo começou.

Manuel Domingues lembrou que “as primeiras caminhadas do género que houve tiveram lugar em Santarém e havia pessoas que se deslocavam de propósito, às quartas feiras, para participar”. Pouco depois, em Leiria, um particular também resolveu dinamizar algo semelhante, em parceria com o Núcleo de Espeleologia, e em finais de junho as caminhadas ‘chegavam’ à cidade vidreira, por iniciativa de Virgínia Lopes e Cláudio Matos.

“Na altura tinham começado as caminhadas em Leiria e achei que seria giro fazer algo parecido na Marinha”, explicou ao nosso jornal Cláudio Matos. “Criei um grupo [no Facebook] e convidei as pessoas. Achei que não ia aparecer ninguém… mas estavam mais de 50 pessoas presentes”. O fundador recorda que rapidamente se alcançaram as três centenas de caminhantes e que era habitual fazer um pequeno aquecimento no início, e alongamentos no final.

Na semana seguinte, mais pessoas se juntaram e o hábito foi criando raízes. O grupo foi ‘engrossando’ e chegou a haver caminhadas com 400 pessoas, de várias faixas etárias.

Uma das particularidades das caminhadas era o facto de haver a preocupação de ter percursos distintos, explorando os cantos e recantos da Marinha Grande. “Ainda hoje continuamos a descobrir becos!”, sublinha Manuel Domingues. “Chegámos a ter temas, como as coletividades e as fontes, a caminhada da Liberdade no 25 de Abril, entre outros”, lembra Manuel Domingues, que chegou a integrar, também, o grupo de pessoas que se juntava para correr. O interesse e entusiasmo em torno da iniciativa foi tal, que algumas pessoas se começaram a juntar, às segundas à noite, para delinear o percurso da quarta feira seguinte.

O ‘bichinho’ já estava enraizado de tal forma, que as caminhadas passaram a assumir caráter bissemanal: às segundas e quartas, às 21h. O ponto de encontro escolhido foi o Parque da Cerca, e mantém-se inalterado.

Pontualmente, às sextas à noite, há algumas pessoas que se juntam para caminhar. O ‘vale dos pirilampos’ e o Tremelgo já foram alguns dos locais visitados.

Luiz Branco, outro dos impulsionadores, sublinha que “além de constituírem um hábito saudável, do ponto de vista físico, as caminhadas foram crescendo enquanto ponto de encontro, de convívio” e de fomento de novas amizades.

Tratando-se de caminhadas não formais, cada um caminha por sua conta, ou seja, “ninguém fica para trás, mas caso alguém se magoe tem de assumir o risco”. Por precaução, os participantes levam sempre roupas refletoras, lanternas, os atravessamentos de estrada são sempre sinalizados e acompanhados até que todos tenham concluído a travessia. Os percursos duram em média uma hora e variam entre os 8 e os 10 quilómetros, sensivelmente.

As caminhadas permanecem de “pedra e cal” e nem o período da pandemia fez resfriar o hábito. “Dentro dos possíveis, alguns casais e pessoas a título individual, continuaram a caminhar”. Nem a chuva, nem o frio demovem a vontade destes caminhantes. O espírito da iniciativa, e do grupo em geral mantém-se, assim, o mesmo: realizar uma atividade física, de forma descontraída, e em convívio com outras pessoas, ao mesmo tempo que se (re)descobrem os cantos e recantos da cidade, inclusive a localização dos antigos fornos de cal…

Não há limite de idade para caminhar, nem de participantes, pelo que a iniciativa está aberta a todos. Quem quiser experimentar, poderá fazê-lo já na próxima segunda e/ou quarta feira!